Um Baudelaire em homenagem a um amigo.
O Estrangeiro
Quem mais amas, diz-me homem enigmático, teu pai, tua mãe,
tua irmã ou teu irmão?
Não tenho pai nem mãe, nem irmã nem irmão.
E teus amigos?
Você serviu-se de uma palavra cujo sentido permaneceu
ignorado até hoje, para mim.
A tua pátria?
Não sei sob que latitude ela está.
A beleza?
De boa vontada a amaria, deusa e imortal.
O ouro?
Detesto-o, como você a Deus.
Que amas, singularíssimo estranho?
Amo as nuvens... as nuvens que passam... a distância...
maravilhosas nuvens.
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