De vez em quando é divertido ir à universidade.
Ontem meu conto foi eleito pela classe, super fun!
Divido com todos, então.
ENTREGA
Sentiu cada centímetro de seu corpo tremer, assim como no dia em que foi aceita na congregação e exatamente da mesma forma que em sua primeira noite com Adelmo. Mas desta vez era apenas um papel. Uma folha branca repleta de palavras pouco familiares a não ser por aquela, aterradora: positivo.
Foram horas e dias e semanas e meses de angústia e terror, acompanhados das constantes náuseas, cansaço, sono e ganho de peso. A lembrança do dia em que fez seu voto de castidade misturava-se à memória do cheiro de suor de Adelmo e à esperança da chegada do filho.
Seria a criança perfeita? Seria castigada por Deus? Seria o fim do casamento de Adelmo? Não sabia mais o que pensar. Os remédios não surtiram o efeito desejado e a protuberância abdominal já não podia ser escondida.
Um anúncio no jornal era o aviso que o Homem a quem havia prometido sua vida enviou. O quarto sujo e escuro seria seu local de sofrimento e penitência até que pudesse se livrar de seu erro e ser libertada. As horas passavam lentas e não eram raros os momentos em que tinha a certeza de ouvir a chegada dos policiais, que finalmente descobriam seu cativeiro e vinham armados e furiosos, prontos para prender o terrível seqüestrador de freiras.
Então deitava-se acariciando o fruto de seu pecado e lamentava a solidão de uma refém esquecida.
Finalmente sua libertação foi concedida e à luz veio o rechonchudo pacote. Seu maior orgulho e sua maior vergonha.
A entrega foi feita anonimamente, em meio aos fervorosos fiéis em comunhão. Alívio e tensão estavam em sua voz na ligação feita à sua casa. A pobre freira seqüestrada há mais de setenta dias seria entregue à sua congregação. Os tão secretamente sonhados polícias resgataram-na, assim como há quinze anos Ele havia o feito, livrando-a de sua vida de pecados.
Não sabia fazer diferente: entregou-se. A Deus, a Adelmo, a seu filho e à polícia: “quero meu filho de volta”.
Sentiu cada centímetro de seu corpo tremer, assim como no dia em que foi aceita na congregação e exatamente da mesma forma que em sua primeira noite com Adelmo. Mas desta vez era apenas um papel. Uma folha branca repleta de palavras pouco familiares a não ser por aquela, aterradora: positivo.
Foram horas e dias e semanas e meses de angústia e terror, acompanhados das constantes náuseas, cansaço, sono e ganho de peso. A lembrança do dia em que fez seu voto de castidade misturava-se à memória do cheiro de suor de Adelmo e à esperança da chegada do filho.
Seria a criança perfeita? Seria castigada por Deus? Seria o fim do casamento de Adelmo? Não sabia mais o que pensar. Os remédios não surtiram o efeito desejado e a protuberância abdominal já não podia ser escondida.
Um anúncio no jornal era o aviso que o Homem a quem havia prometido sua vida enviou. O quarto sujo e escuro seria seu local de sofrimento e penitência até que pudesse se livrar de seu erro e ser libertada. As horas passavam lentas e não eram raros os momentos em que tinha a certeza de ouvir a chegada dos policiais, que finalmente descobriam seu cativeiro e vinham armados e furiosos, prontos para prender o terrível seqüestrador de freiras.
Então deitava-se acariciando o fruto de seu pecado e lamentava a solidão de uma refém esquecida.
Finalmente sua libertação foi concedida e à luz veio o rechonchudo pacote. Seu maior orgulho e sua maior vergonha.
A entrega foi feita anonimamente, em meio aos fervorosos fiéis em comunhão. Alívio e tensão estavam em sua voz na ligação feita à sua casa. A pobre freira seqüestrada há mais de setenta dias seria entregue à sua congregação. Os tão secretamente sonhados polícias resgataram-na, assim como há quinze anos Ele havia o feito, livrando-a de sua vida de pecados.
Não sabia fazer diferente: entregou-se. A Deus, a Adelmo, a seu filho e à polícia: “quero meu filho de volta”.
2 Comentários:
Somente uma mente doentia seria capaz de produzir um conto assim... Mas você escreve bem pra caramba, heim! Quer trabalhar na minha agência? bjs
Por Anônimo, Às 12:32 PM
Concordo com a bruxa clau. O texto está ótimo, super bem escrito.
Já o conteúdo...uau! A vida tem um lado luz, olhe pra lá!
bjos
Por Anônimo, Às 11:43 AM
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